A mídia impressa costuma empregar nomes sensacionalistas pra
se referir a certas pessoas ou eventos, numa tentativa de atrair o imaginário
popular e garantir a circulação máxima da publicação. Foi assim que Francisco
de Assis Pereira se tornou o “Maníaco do Parque”, por exemplo. Mais da metade
dos inimigos do Homem-Aranha devem seus nomes à mesma prática. No caso da
“Batalha de Los Angeles”, o evento foi tão espetacular que o nome era o detalhe
menos importante.
Na noite de 24 de fevereiro de 1942, vários moradores de Los
Angeles viram objetos luminosos pairando sobre suas cabeças. A histeria foi
geral, e muitas ligações pros serviços de emergência depois, a cidade de Los
Angeles estava sob comando dos militares. Os milicos ordenaram um apagão geral
na cidade, numa tentativa de identificar melhor a luz vinda dos objetos
voadores.
A foto acima, que foi capa de todos os jornais nacionais na
época, mostra os holofotes dos militares apontados pros UFOs. Segundo a
Aeronáutica, os objetos se locomoviam a pouco mais de 300 km/h.
Em seguida, a Brigada de Artilharia da Marinha posicionou
suas armas (canhões anti-aéreos cuja munição são cargas explosivas de 6kg) e
começaram a meter chumbo grosso nos objetos. Mais de 1400 tiros foram
disparados, e apesar disso os objetos voadores não se transformaram em objetos
cadentes.
Cinco pessoas morreram de ataques cardíacos durante o drama,
e vários carros e prédios foram danificados pela munição anti-aérea que
eventualmente caiu na cidade abaixo.
No dia seguinte as afirmações das autoridades foram
conflitantes. Alguns alegaram ser nada além de um “alarme falso provocado pelo
nervosismo da guerra”, sem elaborar sobre a identidade dos objetos. Outros
falaram que eram balões japoneses, sem explicar como é que balões se
movimentariam a 300 km por hora.
Após mais alguns comentários incongruentes, os militares
decidiram que a desculpa oficial seria que os objetos eram aeronaves japonesas
designadas pra sobrevoar o céu de Los Angeles, com o objetivo de causar medo em
solo americano e abaixar a moral do país. Bom, sobre a parte de causar medo,
eles acertaram. O que continuou não fazendo sentido é como é que os tais aviões
sobreviveriam várias horas de bombardeamento pesado sem fazer manobras evasivas
de qualquer tipo. Mencionei que o governo japonês negou envolvimento com o
mistério na época, e continua fazendo isso até hoje.